Renato vai percorrer 1.100km para participar de uma prova em seu Estado natal pela primeira vez. A ideia do projeto, que se estruturou nos últimos anos, é sair da Ponte Octávio Frias de Oliveira, na capital paulista (a conhecida Ponte Estaiada, da Marginal Pinheiros), no dia 7 de outubro para chegar à capital brasileira do vinho na sexta-feira (14), dois dias antes da prova.
“Pretendo fazer o trajeto em sete dias, se tudo correr bem, pedalando uma média de 200 km por dia. Será uma nova experiência, fazendo esse percurso solo. Estou muito contente, pois será um desafio enorme que terei pela frente”, comenta.

Renato tem longa trajetória no mundo do ciclismo, tendo iniciado na modalidade em 1976, na cidade de Cascavel (PR), pedalando por equipes pequenas do interior. Em 1980, se transferiu pra São Paulo, onde foi contratado pela equipe da Pirelli, na época umas das maiores das Américas.
No ano seguinte, foi convidado pela equipe da renomada Caloi e representou o Brasil durante uma década em várias provas pelo mundo, em países como Bélgica, França, Holanda, Itália, Portugal e Alemanha. No Brasil, participou e conquistou importantes provas, como a Volta do Brasil de 1981, disputada em um percurso que conectou São Paulo à Brasília, o Campeonato Brasileiro de Estrada e a Taça Brasil de Ciclismo, em 1984, além de conquistar medalhas em jogos pan-americanos.

Mais do que o esforço para estar presente, a prova será especial para Renato por ser a primeira no Rio Grande do Sul. "Nasci em Tunas Altas, uma pequena comunidade nas colônias gaúchas, localizada entre Caxias do Sul e Gramado. Saí de lá cedo e nunca pedalei na região. Será a primeira que disputarei uma etapa do GranFondo New York, exatamente em meu estado de nascença. É até curioso o fato de estar tantos anos no ciclismo e nunca ter corrido em solo gaúcho. Por isso, estou muito feliz e agradecido pelo convite, pois é um evento muito importante para o ciclismo”, comemora.
80km que podem ir além
A ideia inicial de Renato é completar o percurso de 80km, com o trajeto podendo se estender, caso ele se sinta confortável. “Por prudência, escolhi a categoria média. Mas se eu analisar, depois de minha chegada, que estou apto a percorrer o percurso longo, certamente conversarei com a organização do evento pra ver se isso será possível”, detalha.
A empolgação do ciclista é tamanha que ele já planeja projeto semelhante caso o evento se confirme em 2023. “Quero fazer uma distância ainda maior caso o GFNY seja novamente confirmado para Bento Gonçalves no ano que vem. Sairei do pé do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, para pedalar até o Sul mais uma vez”, antecipa. Daqui a três anos, ele pretende usar a bicicleta para atravessar o país, saindo do Pará rumo ao Chuí, na divisa com o Uruguai. “Será o desafio mais arrojado de toda a minha vida”, afirma.
Para a prova, são esperados cerca de mil ciclistas, entre amadores e profissionais, de dentro e fora do Brasil Serão duas opções de trajetos: o longo, de 143 km e com altimetria de 2.963 metros e a versão média, cujo percurso será de aproximadamente 80 km e ganho de elevação chegando a cerca de 1.500 metros. A prova a, além da cidade sede, pelos municípios de Monte Belo do Sul, Santa Tereza, Garibaldi, Carlos Barbosa e Farroupilha.
