A Confederação Sul-Americana decidiu por uma multa de US$ 50 mil (cerca de R$ 290 mil) ao Cerro, além de partidas com portões fechados. Para a CBF, no entanto, a penalização causa indignação, já que "não combate com o rigor necessário a discriminação racial ocorrida, mas, lamentavelmente, incentiva a prática de novos atos criminosos ante a ineficácia das penalidades aplicadas".
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Ainda de acordo com a entidade que rege o futebol nacional, a punição é "insignificante" e não seguiu o Protocolo Global Antirracismo da FIFA, que determina medidas enérgicas por parte das federações e confederações em casos de racismo.
A CBF assegurou que vai continuar sua política de "tolerância zero" contra atos discriminatórios e que tomará as medidas cabíveis em relação ao descumprimento das normas estabelecidas internacionalmente. Assim como o Palmeiras, a Confederação Brasileira quer a exclusão do Cerro da Libertadores Sub-20.
"O racismo no esporte, além de ser uma afronta à dignidade humana, compromete os valores de respeito, inclusão e igualdade que devem nortear as competições esportivas", diz a nota.
O Palmeiras voltou a campo pela Libertadores Sub-20 neste domingo (9). O Alviverde derrotou o Independiente del Valle-EQU por 3 a 0. Luighi deu assistência para o último gol da partida, marcado por Ramon. Com o resultado, a equipe paulista avançou à semifinal do torneio continental e vai enfrentar o Belgrano, na próxima quinta-feira (13).
Veja abaixo a íntegra da nota da CBF:
"A Confederação Brasileira de Futebol, embora ainda não tenha sido notificada sobre a denúncia que ofereceu em face do Club Cerro Porteño (Paraguai), em razão dos crimes cometidos pelos seus torcedores contra os atletas Luighi e Figueiredo da Sociedade Esportiva Palmeiras, vem registrar sua inteira indignação com a decisão da Comissão Disciplinar da Conmebol em razão da sua completa inefetividade.
A decisão não combate com o rigor necessário a discriminação racial ocorrida, mas, lamentavelmente, incentiva a prática de novos atos criminosos ante a ineficácia das penalidades aplicadas - sobretudo a um clube reincidente -, porque só atinge a equipe sub-20 do Clube denunciado que está muito provavelmente apenas a um jogo de encerrar sua participação na competição, tornando a já insignificante penalidade, sem serventia.
O racismo no esporte, além de ser uma afronta à dignidade humana, compromete os valores de respeito, inclusão e igualdade que devem nortear as competições esportivas.
A CBF tem reforçado continuamente sua política de tolerância zero contra atos discriminatórios e adotará todas as medidas cabíveis face ao descumprimento do Protocolo Global Antirracismo da FIFA pela Conmebol, cuja aplicação é obrigatória conforme a Circular nº 1884, enviada em 16 de maio de 2024, para todas as 211 (duzentas e onze) associações membros da FIFA. Rio de Janeiro, 09 de março de 2025".