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Ex-São Paulo, André Jardine se torna o técnico mais bem-sucedido do América do México

Jardine chegou ao México em clube de menor tradição antes de ser contratado pelo América
Jardine chegou ao México em clube de menor tradição antes de ser contratado pelo AméricaJulio Cesar Aguilar / AFP
Em apenas um ano e meio, o brasileiro André Jardine se tornou o técnico mais vitorioso da história do América do México, que se tornou tricampeão da liga no domingo (15) ao conquistar o título do Apertura 2024.

O América enfrentou o Monterrey, do técnico argentino Martín Demichelis, na final e foi coroado como visitante no estádio BBVA com um placar agregado de 3 a 2 (2 a 1 no jogo de ida e 1 a 1 no jogo de volta).

Confira a classificação do Campeonato Mexicano

Além de ganhar três títulos consecutivos da liga, Jardine deu aos “Águilas” três outros títulos: Campeão dos Campeões (2023-2024), Supercopa da Liga MX (2024) e Copa dos Campeões (2024).

“Estou vivendo um sonho no América e quero continuar fazendo história aqui”, disse Jardine, que ainda tem dois anos e meio de contrato com os Águilas.

Apoiado pelo ouro

Em 7 de agosto de 2021, Jardine conquistou o ouro olímpico em Tóquio-2020 com o Brasil ao vencer a Espanha na final.

Quase cinco meses depois, em 3 de fevereiro de 2022, o humilde Atlético San Luis, do futebol mexicano, fez uma jogada surpreendente ao anunciar a contratação do técnico de 42 anos.

O brasileiro ou três torneios com o Atlético - em dois ele levou o time às fases finais - e então o América o contratou.

Sob o comando de Jardine, o América dominou o Apertura-2023 e o Clausura-2024. Os Águilas venceram os dois torneios e foram coroados jogando a segunda partida da final em casa.

Um tricampeonato sofrido

O Apertura 2024 foi um torneio mais difícil para o América de Jardine, que teve de lidar com 30 lesões ao longo do semestre. Ele não conseguiu repetir sua escalação.

O América chegou às finais por meio de um play-in. Acostumado a jogar com o esquema 4-2-3-1, na repescagem, sabendo que seu time não havia desenvolvido o potencial dos dois campeonatos anteriores, Jardine optou por uma linha de três zagueiros e um meio-campo com mais armadores com capacidade de chegar ao ataque.

Com o 5-4-1 e o 5-3-2 nas fases decisivas, o América de Jardine superou equipes que eram favoritas, superando na repescagem o Tijuana, do colombiano Juan Carlos Osorio, antes de vencer, nas quartas de final, o Toluca, do português Renato Paiva. Nas  semifinais, ou pelo líder Cruz Azul, do argentino Martín Anselmi.

A final foi contra o Monterrey, do argentino Martín Demichelis, um time com um ataque poderoso. O América venceu o jogo de ida por 2 a 1 e empatou em 1 a 1 no jogo de volta contra um adversário que exerceu um domínio avassalador e esteve perto de forçar a prorrogação.

“Chega um momento da partida em que o adversário não tem mais nada a perder e vai com tudo para cima, e a responsabilidade faz com que você se defenda com tudo o que pode. Não consigo imaginar ganhar títulos dessa magnitude sem também ter a capacidade de sofrer”, disse Jardine após vencer a final do Apertura no domingo.

“Foi um grupo dos sonhos em que fizemos tudo o que tentamos. Os jogadores foram muito dedicados e nunca deixaram de acreditar”, acrescentou Jardine.

Aos 45 anos de idade, o técnico brasileiro quer “mais e mais vitórias com a América e jogar cada vez melhor”.