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Novo presidente do COI deve "manter a calma sob pressão" em tempos difíceis

Comitê Olímpico Internacional votará em novo presidente nesta quinta
Comitê Olímpico Internacional votará em novo presidente nesta quintaComité Olímpico Internacional
Quem quer que seja eleito nesta quinta-feira (19), como sucessor de Thomas Bach na presidência do Comitê Olímpico Internacional (COI), precisará saber como "manter a calma sob pressão" em um momento em que, de acordo com alguns membros, "o futuro do Movimento Olímpico está em jogo".

Sete candidatos competem para se tornar a pessoa mais poderosa na governança esportiva global e substituir Bach, que vai deixar o cargo após um mandato turbulento de 12 anos, no qual teve que lidar com a Covid-19 e um escândalo de doping russo, bem como a invasão da Rússia na Ucrânia.

"Acho que esta é a eleição olímpica mais importante em quase meio século. Alguns membros do COI acham até que o futuro do Movimento Olímpico está em jogo", disse Michael Payne, ex-chefe de marketing do COI, à AFP.

Payne, que em quase duas décadas no COI foi fundamental para renovar a marca e as finanças por patrocínios, enfatizou que o Movimento "nunca esteve tão forte" graças, em parte, aos "talvez melhores Jogos de todos os tempos", em Paris, no ano ado.

Perspectiva geopolítica difícil

O ex-dirigente afirmou que o futuro do COI está repleto de riscos, já que a organização não enfrentou um cenário geopolítico tão complicado em muitos anos.

"O COI navega em um mundo político cada vez mais fragmentado, mantendo a universalidade e se envolvendo com um mercado de marketing em rápida evolução. Saber lidar com este contexto definirá o futuro do Movimento", advertiu.

Martin Sorrell, que fundou a gigante da publicidade WPP e atuou na Comissão de Comunicações do COI, acredita que o próximo presidente precisará de um conjunto específico de habilidades, uma vez que há "imensa volatilidade no mundo". O sucessor de Bach terá que lidar com as imprevisíveis mudanças de humor do presidente dos EUA, Donald Trump, nos Jogos de Los Angeles, em 2028.

"O próximo presidente do COI terá que ter habilidade política, tato, temperamento forte e pulso firme. O próximo presidente terá que ser capaz de ir à Casa Branca e mostrar a cara. Ele também terá de ser calmo sob pressão, pois há três grandes desafios geográficos e geopolíticos pela frente: Rússia-Ucrânia, China e Oriente Médio com o Irã", explicou Sorrell.

Noites sem dormir

Para outro ex-executivo de marketing do COI, Terrence Burns, o próximo presidente deve estar preparado para enfrentar o desafio das disputas por poder.

"São inclinações dos políticos para usar os Jogos Olímpicos como uma ferramenta política. Acho que o próximo presidente do COI deve ar no que chamo de 'teste da conferência de imprensa conjunta', ou seja, quem você pode imaginar sentado na frente ou ao lado dos atuais líderes mundiais e manter a compostura">Alcaraz vence Sinner em final histórica e conquista o bicampeonato de Roland Garros